lendas do cerrado


Resumo - O folclore de um povo diz muito a respeito de seus costumes e crenças, além de dar-lhe uma
identidade. Foram realizadas entrevistas com moradores de Itirapina a fim de coletar dados sobre o
conhecimento popular em relação ao cerrado, principalmente sobre plantas. A partir das respostas obtidas
pôde-se inferir que não existe este tipo de conhecimento arraigado na população da cidade, provalvelmente
em decorrência do tipo de ocupação, movimentada pelo café e pela estação ferroviária. Mais recentemente,
a construção do presídio de segurança máxima aumentou a entrada de pessoas alheias à cidade, sem
vínculo com sua cultura. Após a constatação desse projeto-piloto de pesquisa sobre o conhecimento
popular, propõe-se a produção de um livreto de lendas, contos e estórias curiosas sobre o Cerrado,
embasado em literatura adequada e especialistas, com o intuito de repassar esses conhecimentos à própria
comunidade que nele reside, despertando seu interess
     


A vegetação de cerrado cobre 2 milhões de km² no Brasil, o que corresponde a 22% do território
brasileiro (Oliveira & Marquis 2002). Trata-se de vegetação savânica muito antiga, que provavelmente já
existia numa forma prototípica antes da separação de África e América do Sul.  O cerrado é um dos tipos de
vegetação floristicamente mais diversos no mundo, com aproximadamente 10.000 espécies de plantas
superiores, cerca de metade destas endêmicas (Durigan et al. 2004).
O cerrado paulista ocupava, no início do século XIX, cerca de 18,2% da superfície do Estado (Victor
1975 apud Cavassan 2002). Atualmente está representado por fragmentos da cobertura original no interior,
constituindo áreas disjuntas, perfazendo menos de 1% da superfície do Estado. O cerrado de São Paulo
representa a porção do bioma que tem sido mais prejudicada, principalmente devido à expansão da
agricultura convencional (Cavassan 2002, Durigan et al. 2004).
 Diante deste quadro, é premente a necessidade de medidas que visem à preservação das áreas
remanescentes de cerrado. Dentre outras, uma ferramenta essencial é o resgaste dos valores culturais e
ambientais que permeiam este espaço.
 Existe, atualmente, um crescente reconhecimento de que o envolvimento da população local é o
elemento principal que está faltando nas estratégias de manejo de conservação. Estratégias "de cima para
baixo", através das quais os governos tentam impor seus planos de conservação, precisam ser integradas a
programas "de baixo para cima", nos quais as cidades e outros grupos locais sejam capazes de formular e
alcançar seus próprios objetivos de desenvolvimento ( Clay 1991 apud Primack & Rodrigues 2001).
 Dessa forma, a sensibilização dos moradores em relação ao espaço em que vivem é fundamental
para que os mesmos tenham respeito e afeto pelo ambiente e vejam real necessidade de medidas
preservacionistas eficientes. Isso ajudaria a apoiar as necessidades de conservação assim como as
necessidades da comunidade local. Tal abordagem teria a vantagem adicional de resgatar o senso maior de
propriedade e responsabilidade dos moradores locais sobres tais recursos (Primack & Rodrigues 2001).
O presente trabalho tem como objetivo a elaboração de um projeto-piloto que testará  um
questionário semi-estruturado abordando a percepção sobre o cerrado, através de estórias curiosas, lendas
e contos.
  E, a partir das respostas obtidas e de outras fontes como literatura especializada e estudiosos do
assunto, pretende-se elaborar um livreto com estórias populares sobre os animais e as plantas do cerrado.




                                João,Thalita e mayara

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