cultura

“Enquanto a cultura do Norte, Nordeste e Sudeste foi bastante divulgada no país, a cultura do Cerrado ainda é pouco conhecida. As pessoas acham que no centro do Brasil só se produz música sertaneja”, avalia Veronica Aldè, musicista e pesquisadora do Instituto Trópico Subúmido (ITS) da Universidade Católica de Goiás (UCB). Além dela, trabalham no instituto mais quatro músicos pesquisadores que investigam as influências indígenas, européias e africanas na cultura do povo do Cerrado. Aldè, que desenvolve projetos com as comunidades indígenas, em especial os Krahô, explica que “cultura, território e conflitos estão relacionados e, ao trabalhar com esses povos, é inevitável pensar sobre o encontro de diferentes culturas e suas conseqüências”.

Carta Aberta dos Povos Indígenas do Cerrado, assinada por representantes dos Karajá, Krahô, Tapuia, Apinajé e Xavante em 2008, aponta que entre os problemas enfrentados por esses povos estão os posseiros, a deficiência no tratamento de saúde, a devastação no entorno dos territórios indígenas demarcados – devido ao avanço do agronegócio – e a falta de diálogo a respeito do impacto das grandes obras governamentais previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Em seus encontros com os indígenas, a musicista do ITS vivencia a força e resistência desses povos no plano da cultura: “Eles mantêm seus rituais muito fortes, mesmo as aldeias situadas próximas da cidade. É muito emocionante vê-los na natureza e perceber que são suas formas de relação que mantém mais de 320.000 hectares de Cerrado preservado”. O ITS tem auxiliado a comunidade a montar uma espécie de banco sonoro, construir uma memória musical desses povos. “Talvez esse material possa ser usado pelos professores indígenas nas comunidades, como um apoio didático-cultural que a universidade pode oferecer”, avalia Aldè.

Outra forma de divulgação da cultura indígena do Cerrado, da qual Aldè participa, é o grupo musical Sons do Cerrado, que pesquisa sons de comunidades do Cerrado goiano e baiano e recria seus toques e canções regionais numa linguagem contemporânea. Nos espetáculos, destaca-se ainda a participação da atriz Larissa Malty, que representa a Velha do Cerrado. Um personagem arquetípico que quer trazer à tona a identidade das mulheres do Cerrado: benzedeiras, parteiras, índias, matriarcas. Para Aldè, que vive entre os palcos e a universidade, o papel do artista no processo de valorização e proteção das comunidades localizadas no Cerrado brasileiro “é o de uma semente ao vento, que busca sensibilizar e tocar por outros meios a sociedade, diferente de uma palestra, por exemplo”.

As discussões sobre cultura, território e Cerrado não tocam apenas nos povos indígenas. Iara Monteiro Attuch, em seu mestrado na UnB, explorou os conhecimentos de povos tradicionais associados à biodiversidade do Cerrado brasileiro e das relações interculturais que se estabelecem entre seus detentores e a sociedade, fazendo um estudo etnográfico com Dona Flor, uma raizeira e parteira de povoado de Moinho, em Alto Paraíso, no estado de Goiás. Attuch traz à tona como essas comunidades vivem entre estarem sujeitados e resistir – ao avanço da fronteira agrícola; às políticas de turismo dentro e no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; ao aumento de compras de terras e sua conversão em Reservas Particulares de Proteção Ambiental; além da expansão de pousadas e restaurantes. Para ela, a preservação da cultura e do bioma do Cerrado está associada às iniciativas que forem capazes de abrir caminhos para “ articular o manejo sustentável, a garantia do território, desde a boa qualidade e acesso aos recursos naturais até a proteção dos conhecimentos tradicionais locais, discutida atualmente, em que prevalece a propriedade e uso coletivo da terra”.

Se, por um lado, emergem importantes discussões sobre cultura e cidadania dos povos do Cerrado, também ganha ainda mais força, nos últimos tempos, a aposta de que, pela produção cultural, seja possível gerar novas sensibilidades com relação ao bioma. É acreditando nessa possibilidade que Dércio Marques, violeiro e cantador mineiro, junto com sua irmã, Doroty Marques, vão desenvolver um novo projeto com os Meninos do Cerrado, na Vila São Jorge, também em Alto do Paraíso. “O desafio é fazer com que os meninos criem músicas sem palavras, somente com sons e sentimentos. Queremos despertar nesses meninos a capacidade de ouvir o silêncio e tirar algo dele. O silêncio nosso, dos sons do Cerrado em movimento: das águas, do vento, etc. Empreender uma luta contra a ditadura do som que vivemos hoje”, conta o músico entusiasmado. Poetas, escritores e cientistas alimentam a fala de Dércio Marques sobre o Cerrado, suas potencialidades e fragilidades. Diante de um cenário pouco animador, ele manifesta sua crença na capacidade de tocar as pessoas pela arte, literatura e poesia.

Esse foi o caminho encontrado por Carlos Walter Porto-Gonçalves, da Universidade Federal Fluminense, para construir sua argumentação em prol de uma política ambiental mais atenta ao bioma, em sua Carta aberta à invisibilidade do Cerrado na política ambiental, endereçada ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc: “Guimarães Rosa, senhor ministro, por sua refinada criatividade e capacidade de escuta, foi capaz de ouvir a cultura desses povos e nos deu uma obra – Grande Sertão: Veredas – que, no próprio título, mostra a profunda compreensão das paisagens dos cerrados, suas enormes e vastas chapadas onde o 'coração vive à larga', como o gado solto, – os Grandes Sertões – e os fundos de vales onde os povos fazem suas ‘agri-culturas', – as Veredas”. Ainda em outro trecho, diz: “Guimarães Rosa foi quem, melhor do que ninguém, soube transcriar a riqueza cultural desses povos, ao afirmar que os gerais são ‘uma caixa d'água' e, com isso, mais do que os cientistas, iluminou a leitura de nossa geografia aos nos fazer ver que os nossos rios nascem nos cerrados – o São Francisco, o Jaguaribe, o Parnaíba, o Tocantins, o Araguaia, o Xingu, o Madeira, os formadores do Paraguai (o Pantanal), o Paranaíba, o Grande, o Rio Doce”.

 Mayara


Cultura do Cerrado - Centro-Oeste não é só sertanejo


Cultura, resistência, memória e identidade
Por Susana Dias

“Enquanto a cultura do Norte, Nordeste e Sudeste foi bastante divulgada no país, a cultura do Cerrado ainda é pouco conhecida. As pessoas acham que no centro do Brasil só se produz música sertaneja”, avalia Veronica Aldè, musicista e pesquisadora do Instituto Trópico Subúmido (ITS) da Universidade Católica de Goiás (UCB). Além dela, trabalham no instituto mais quatro músicos pesquisadores que investigam as influências indígenas, européias e africanas na cultura do povo do Cerrado. Aldè, que desenvolve projetos com as comunidades indígenas, em especial os Krahô, explica que “cultura, território e conflitos estão relacionados e, ao trabalhar com esses povos, é inevitável pensar sobre o encontro de diferentes culturas e suas conseqüências”.

A Carta Aberta dos Povos Indígenas do Cerrado, assinada por representantes dos Karajá, Krahô, Tapuia, Apinajé e Xavante em 2008, aponta que entre os problemas enfrentados por esses povos estão os posseiros, a deficiência no tratamento de saúde, a devastação no entorno dos territórios indígenas demarcados – devido ao avanço do agronegócio – e a falta de diálogo a respeito do impacto das grandes obras governamentais previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Em seus encontros com os indígenas, a musicista do ITS vivencia a força e resistência desses povos no plano da cultura: “Eles mantêm seus rituais muito fortes, mesmo as aldeias situadas próximas da cidade. É muito emocionante vê-los na natureza e perceber que são suas formas de relação que mantém mais de 320.000 hectares de Cerrado preservado”. O ITS tem auxiliado a comunidade a montar uma espécie de banco sonoro, construir uma memória musical desses povos. “Talvez esse material possa ser usado pelos professores indígenas nas comunidades, como um apoio didático-cultural que a universidade pode oferecer”, avalia Aldè.

Outra forma de divulgação da cultura indígena do Cerrado, da qual Aldè participa, é o grupo musical Sons do Cerrado, que pesquisa sons de comunidades do Cerrado goiano e baiano e recria seus toques e canções regionais numa linguagem contemporânea. Nos espetáculos, destaca-se ainda a participação da atriz Larissa Malty, que representa a Velha do Cerrado. Um personagem arquetípico que quer trazer à tona a identidade das mulheres do Cerrado: benzedeiras, parteiras, índias, matriarcas. Para Aldè, que vive entre os palcos e a universidade, o papel do artista no processo de valorização e proteção das comunidades localizadas no Cerrado brasileiro “é o de uma semente ao vento, que busca sensibilizar e tocar por outros meios a sociedade, diferente de uma palestra, por exemplo”.

As discussões sobre cultura, território e Cerrado não tocam apenas nos povos indígenas. Iara Monteiro Attuch, em seu mestrado na UnB, explorou os conhecimentos de povos tradicionais associados à biodiversidade do Cerrado brasileiro e das relações interculturais que se estabelecem entre seus detentores e a sociedade, fazendo um estudo etnográfico com Dona Flor, uma raizeira e parteira de povoado de Moinho, em Alto Paraíso, no estado de Goiás. Attuch traz à tona como essas comunidades vivem entre estarem sujeitados e resistir – ao avanço da fronteira agrícola; às políticas de turismo dentro e no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; ao aumento de compras de terras e sua conversão em Reservas Particulares de Proteção Ambiental; além da expansão de pousadas e restaurantes. Para ela, a preservação da cultura e do bioma do Cerrado está associada às iniciativas que forem capazes de abrir caminhos para “ articular o manejo sustentável, a garantia do território, desde a boa qualidade e acesso aos recursos naturais até a proteção dos conhecimentos tradicionais locais, discutida atualmente, em que prevalece a propriedade e uso coletivo da terra”.

Se, por um lado, emergem importantes discussões sobre cultura e cidadania dos povos do Cerrado, também ganha ainda mais força, nos últimos tempos, a aposta de que, pela produção cultural, seja possível gerar novas sensibilidades com relação ao bioma. É acreditando nessa possibilidade que Dércio Marques, violeiro e cantador mineiro, junto com sua irmã, Doroty Marques, vão desenvolver um novo projeto com os Meninos do Cerrado, na Vila São Jorge, também em Alto do Paraíso. “O desafio é fazer com que os meninos criem músicas sem palavras, somente com sons e sentimentos. Queremos despertar nesses meninos a capacidade de ouvir o silêncio e tirar algo dele. O silêncio nosso, dos sons do Cerrado em movimento: das águas, do vento, etc. Empreender uma luta contra a ditadura do som que vivemos hoje”, conta o músico entusiasmado. Poetas, escritores e cientistas alimentam a fala de Dércio Marques sobre o Cerrado, suas potencialidades e fragilidades. Diante de um cenário pouco animador, ele manifesta sua crença na capacidade de tocar as pessoas pela arte, literatura e poesia.

Esse foi o caminho encontrado por Carlos Walter Porto-Gonçalves, da Universidade Federal Fluminense, para construir sua argumentação em prol de uma política ambiental mais atenta ao bioma, em sua Carta aberta à invisibilidade do Cerrado na política ambiental, endereçada ao ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc: “Guimarães Rosa, senhor ministro, por sua refinada criatividade e capacidade de escuta, foi capaz de ouvir a cultura desses povos e nos deu uma obra – Grande Sertão: Veredas – que, no próprio título, mostra a profunda compreensão das paisagens dos cerrados, suas enormes e vastas chapadas onde o 'coração vive à larga', como o gado solto, – os Grandes Sertões – e os fundos de vales onde os povos fazem suas ‘agri-culturas', – as Veredas”. Ainda em outro trecho, diz: “Guimarães Rosa foi quem, melhor do que ninguém, soube transcriar a riqueza cultural desses povos, ao afirmar que os gerais são ‘uma caixa d'água' e, com isso, mais do que os cientistas, iluminou a leitura de nossa geografia aos nos fazer ver que os nossos rios nascem nos cerrados – o São Francisco, o Jaguaribe, o Parnaíba, o Tocantins, o Araguaia, o Xingu, o Madeira, os formadores do Paraguai (o Pantanal), o Paranaíba, o Grande, o Rio Doce”.

“Quem se lembra? Quem se esquece?”

Assim como na literatura em prosa, pode-se compreender um pouco mais aquele cenário em versos de quem viveu ali. A certa altura de seu poema “Velho sobrado”, Cora Coralina pergunta: “Quem se lembra? Quem se esquece?”. Um cenário de abandono, silêncio, ausência é povoado com memórias que trazem de volta ao casarão a sociedade goiana, os bailes, os saraus, os espelhos emoldurados, as flores e aromas esquecidos. A poetisa clama em sua escrita-memória por aquele que era considerado o futuro de Goiás, sua cidade natal: “O Passado”. Em outro poema, “Ao Leitor”, Cora explicita ainda mais sua crença nas memórias: “Alguém deve rever, escrever e assinar os autos do Passado/ antes que o Tempo passe tudo a raso./É o que procuro fazer, para a geração nova, sempre/ atenta e enlevada nas estórias, lendas, tradições, sociologia/ e folclore de nossa terra./ Para a gente moça, pois, escrevi este livro de estórias. Sei que serei lida e entendida”. Goiás (antiga Vila Boa dos Remédios), poetisa e memórias se confundem, num trabalho incessante que evoca o poder da palavra contra o esquecimento.

Cora Coralina, junto com outros escritores e intelectuais e a Organização Vilaboense de Artes e Tradições (Ovat) contribuíram de forma significativa para a “invenção da cidade de Goiás como berço da cultura goiana”. É o que afirma Andréa Ferreira Delgado, no artigo “Goiás: a invenção da cidade ‘Patrimônio da Humanidade'”. Uma invenção feita de palavras e imagens que deram à cidade, também conhecida como Goiás Velho, o status de cidade histórica e turística, merecedora do título concedido em 2001 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Invenção que aparece no poema escrito em 1976 por Carlos Rodrigues de Brandão, que trabalha com antropologia rural e pesquisou manifestações culturais dos povos que vivem no Cerrado, entre elas a Festa do Divino em Pirenópolis:


Há uma Goiás
que de seus anos
lança editais
e faz proclamas
de um tempo raro
no ouvido atento
de qualquer gente
que surja, passe.

Há uma Goiás
que de si mesma
conta mais casos
que um almanaque
Conta e reconta
até que a mente
guarde para sempre
o antigo e o raro.

Com a expressão “a invenção da cidade”, a historiadora da Universidade Federal de Goiás (UFG), quer chamar atenção para o trabalho de gestão e enquadramento de determinada memória coletiva: “O investimento para solidificar e dotar de duração e estabilidade uma determinada memória, para representar o conjunto da sociedade, configura operações de seleção, organização e uniformização da multiplicidade de significados atribuídos ao passado”, analisa, expressando a imbricada relação entre memória, cultura e política e uma preocupação com a homogeneização cultural. O processo de tombamento de Goiás Velho gerou várias discussões. Não porque o complexo arquitetônico e as belezas naturais não fossem dignas de serem consideradas patrimônio da humanidade, mas pela exclusão de aspectos relacionados ao passado da região e de grupos, culturas e saberes populares (veja texto do antropólogo e diretor do Instituto do Trópico Subúmido da Universidade Católica de Goiás, Altair Sales Barbosa).

Jogo do global e local

Em resposta ao perigo da “globalização cultural” – contra a qual a invenção do passado teria uma papel poderoso –, as memórias são novamente acionadas como meio de fortalecer as identidades locais e garantir a luta contra uma homogeneização cultural. Há uma forte crença na memória popular excluída e em sua expressão pública, como possibilidade de criticar as lógicas das mídias, do Estado excludente, da modernidade urbana. Entretanto, p ensar a cultura como força democratizante não é algo fácil. É o que avaliam Maria Célia Paoli e Marco Antonio de Almeida, da Universidade de São Paulo (USP), em artigo publicado na revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “A aposta na memória, precisa considerar que ela também pode ser o espaço da indiferenciação, de levar a uma extrema privatização da vida através de uma narrativa interna”, alertam.

A intensa investida no resgate das manifestações culturais no Cerrado, e por todo o Brasil, remetem às narrativas de folcloristas e memorialistas da primeira metade do século XX. “As manifestações culturais goianas eram vistas como algo que precisava ser coletado, conhecido, divulgado e preservado, para não correr o risco de desaparecer”, explica Mônica Martins da Silva. A pesquisadora estudou essas narrativas no estado de Goiás em seu doutorado em história, realizado na Universidade de Brasília (UnB), e identificou aspectos como a busca por difundir a existência de uma cultura popular local original, genuína, bem como a localização das origens das manifestações folclóricas na tríade indígena (lenda do boto do Araguaia, do caipora, da catira, do caruru), europeu (cavalhadas, festa do divino, folia de reis) e africano (congadas, moçambiques). Em sua análise, destaca que essas noções de folclore explicitam noções de cultura iluministas e românticas. (Leia os artigos “História, narrativas e representações na escrita do folclore em Goiás” e “Catolicismo popular na escrita do folclore brasileiro”).

Para Suely Rolnik, psicanalista e crítica de arte e cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), vive-se um falso dilema entre a identidade global e a crítica à sua pulverização em identidades regionais e locais, por um lado, ou, por outro, a defesa de identidades locais contra as identidades globais. Ela defende que nesse jogo, “varia a disposição das peças do tabuleiro, mas este não varia: é sempre o mesmo tabuleiro de uma subjetividade que funciona sob o regime identitário e figurativo, que as novas tecnologias da imagem e da comunicação tendem a fortalecer e a sofisticar cada vez mais. Evidentemente, tais tecnologias não trazem esse sentido embutido em sua fabricação, ele é apenas o resultado de seu uso dominante”, analisa. Em seus escritos, traz o esforço de Oswald de Andrade em pensar o peculiar modo de produção da cultura no Brasil: a antropofagia. O princípio antropofágico, para Rolnik, não seria uma imagem que representaria “o brasileiro”, mas antes a possibilidade de “engolir o outro, sobretudo o outro admirado, de forma que partículas do universo desse outro se misturem às que já povoam a subjetividade do antropófago e, na invisível química dessa mistura, se produza uma verdadeira transmutação”.

“Quem se lembra? Quem se esquece?”. Um expressão interrogativa que mais do que convocar pessoas, convoca forças políticas e poéticas que redesenham o Cerrado e suas culturas por entre lembranças e esquecimentos.

Kelvin,enzo  e gabriela


 

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